terça-feira, 28 de outubro de 2008

Por que agile é TÃO legal

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Falei da reunião, certo?

Num determinado momento nós iríamos simular alguns processos. Dessa forma saberíamos as disposições, os recursos atuais, projetos por equipe e onde faltam recursos. Logicamente, como eu já tive algumas experiências anteriores, eu sabia que uma reunião que teria tudo para se tornar monótona e sem graça, precisava de um toque especial... um toque agile.

E então eu criei cartões sobre os processos e afins. E com post-its fomos preenchendo o resto. A reunião ficou tão divertida, que um dos diretores pegou a máquina e fotografou.

Sim, eu sou o laranjão.


Agile é legal porque é VISUAL.
Quanto mais VISUAL, mais INTERATIVO.
Quando mais INTERATIVO, mais COLABORATIVO e INFORMATIVO.

Por isso que usar dinâmicas, post-its, taskboards, burndowns, planning poker, etc. é tão importante. Motiva e cativa as pessoas.

Eis ai um exemplo BEM prático :)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Como cometer suicídio numa entrevista de emprego

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Eu já falei sobre entrevistas de emprego aqui (procure nos posts). Dei até algumas dicas do que NÃO fazer.

Mas jamais, JAMAIS faça o que o candidato que eu entrevistei hoje, fez.

Entrevistamos, eu e um colega, um candidato. O cara chamou muito a atenção. Parecia ser um bom candidato, estava muito interessado em entrar na empresa. Hoje seria a segunda entrevista dele, agora com um dos diretores junto.

Daí o diretor fez uma pergunta comum, que simplesmente fez o candidato cometer suicídio.

"Qual o seu maior defeito?"

E o cara me sai com essa.

"Olha, eu sou muito preguiçoso... mais pela manhã."

COMO É?!??! Me deu vontade de me levantar e sair nessa hora. Que queimação de filme. Eu e o meu colega nos olhamos constrangidos. Fizemos o maior cartaz do cara "Esse é um dos melhores que entrevistamos" e o cara me larga essa.

Sinceramente, tem gente que realmente pede pra morrer na praia.

Abraços

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Marketing de relacionamento

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Leia o trecho abaixo e confesse: você NUNCA pensou em fazer algo igual né?

Relatou o case impressionante de uma empresa de jardinagem que, via Google Maps, calculou a área de todos os quintais e jardins das casas de uma cidade. Cada vez que uma pessoa ligava para orçar o serviço (quer era cobrado por m2), o atendente já respondia na hora qual o custo. Para propagar o serviço, criaram freesbies que eram jogados nos quintais das casas. Cada um dos discos, continha o endereço da casa em que foi jogado e o custo que eles cobrariam para fazer o serviço.

Isso foi apresentado em uma palestra em São Paulo sobre comunicação digital. A originalidade da proposta da empresa deve ter garantido um retorno próximo de 100% na clientela. Isso se chama "marketing de relacionamento". Esse é um caso extremo, lógico. Mas você, que presta algum tipo de serviço, nunca ouviu falar nisso? Preocupe-se.

Diferenças entre uma micro e uma pequena empresa.

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Hoje completei uma semana na nova empresa. Foi uma semana em que eu fui de dias relativamente tranquilos (os primeiros) até dias cheios. Apesar da minha carga horária ter aumentado bastante e apesar de eu ter superestimado a empresa (isso é normal, a gente sempre superestima hehe) eu estou bastante feliz.

Como é bom trabalhar em projetos que tem um "time-to-market" mais curto. É desafiador. É motivador. É saber que em pouco tempo estaremos entregando um projeto! Tendo um feedback mais rápido. Vendo o resultado acontecer mais rápido.

Além disso, tem o desafio interno. A empresa está crescendo muito, acredito que já está na transição de pequena para média empresa. E isso acarreta em mudanças de processos internos... os quais eu quero muito participar também.

Mas o que eu pude perceber de diferente entre uma micro e uma (ainda) pequena empresa? Abaixo vou listar alguns ítens. E digo que não é baseado em nenhuma teoria. São apenas minhas percepções... não é certo nem errado :)

1) Portfolio de projetos. Essa é a diferença mais gritante de todas. Numa micro empresa, todo projeto é atacado com unhas e dentes, independente da sua origem. A pequena empresa já começa a se dar ao luxo de pensar duas vezes antes de aceitar alguns projetos.

2) Foco no negócio principal da empresa. Pode-se até pegar projetos que fujam do escopo da empresa (como vai acontecer com um que irei gerenciar). Mas isso acontece por questões estratégicas (querer trabalhar com determinado cliente). Uma micro empresa normalmente atira para o lado que puder... e fica sem foco e, normalmente, sem identidade e posicionamento.

3) Processos internos. Nenhuma micro empresa começa pensando nos seus processos. Elas começam pensando em entregar projetos... de alguma forma. Uma pequena empresa já pode avaliar e formalizar seus processos, para ter mais produtividade e, consequentemente, trabalhar melhor a gestão do conhecimento.

4) Foco nas pessoas. Essa é uma percepção que estou tendo na empresa onde estou e pode variar muito dependendo da cultura da empresa. Mas é fato que a partir do momento em que uma empresa deixa de pensar externamente, ou seja, em buscar clientes, ela pode começar a pensar internamente. E começa-se a pensar em como valorizar seus funcionários. Aí surgem os rituais (festas, eventos) e benefícios (planos de carreira).

5) Infra-estrutura. Essa é outra coisa gritante. No começo, tudo é corte de custo. Uma salinha basta. Tudo é free. O diretor é secretário-gerente-desenvolvedor-contador. Quando a empresa cresce, o espaço físico começa a fazer diferença... a segmentação das atividades toma forma...

Claro que existem inúmeros outras características que diferenciam. Acredito que eu tenha citado as cinco mais evidentes. É interessante começar a perceber isso, pois muitas vezes se uma empresa começa a pensar em melhorar estes itens, é porque ela dá sinais de que está (e principalmente, QUER) crescer.

Por outro lado... quantas empresas crescem e não pensam nisso? O resultado a gente costuma adivinhar facilmente...

Um abraço

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Um peixe fora da água... e perdido.

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É exatamente assim que eu me sinto. Um peixe fora da água e perdido.

Mas quem não se sente assim no novo emprego?

Saimos de um lugar onde já somos conhecidos, respeitados e reconhecidos. Mudamos para um local totalmente novo, com novas rotinas, processos e novas pessoas.

Estes três dias foram bastante exaustivos. Os dois primeiros praticamente eu só tentei me posicionar no ambiente de trabalho. Hoje comecei a trabalhar de fato, e tive que fazer o meu primeiro cronograma. E fazer um cronograma sem saber quem alocar e, em alguns casos, sem saber ao certo o que significa cada processo, é bastante desgastante.

"Produção web" é um trabalho que até agora eu tenho minhas dúvidas do que se trata. Aloco ou não aloco no projeto?

Fiz uma reunião e chamei uma pessoa que era desnecessária no momento. Ok, a princípio ela poderia ser necessária, mas depois se viu que não seria. Com um pouco mais de vivência eu já poderei aprender isso.

Enfim, hoje foi um dia cheio. Cheio de novidades. Cheio de novas obrigações. E cheio de novos desafios. Além de aprender os processos, as funções, os nomes, os termos, os atalhos, os skills... ainda tenho que fazer ELES aprenderem sobre mim.

E agora vou dormir. Pois o meu corpo ainda precisa aprender a se adequar a nova rotina de horário.... hehe

Abração a todos.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Colaboração do cliente

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O agile tem quatro princípios bem "revolucionários" em sua proposta. Maximizar a comunicação, valorizar as pessoas, reagir à mudanças, software funcional e ... colaboração do cliente.

Todos estes envolvem uma mudança cultural, mas somente um deles trata de algo externo à empresa. Sim, você já adivinhou qual é.

Hoje estávamos em reunião na empresa e um colega que entrou esta semana, vindo de outra empresa, contou uma história que me deixou pensando como existem clientes que são impossíveis de serem "colaboradores".

Diz que a agência dele trabalhou na realização de um hotsite (aqueles sites promocionais) de um produto estilo "toddyinho", mas que era uma marca pouco conhecida inclusive na praça onde eles trabalhavam (região sudeste). Eles quiseram promover o produto criando um hotsite para crianças e adolescentes, que consistiria em um jogo com alguma complexidade e os vencedores ganhariam algum tipo de prêmio.

O hotsite foi um sucesso. Receberam acessos inclusive de outras regiões do Brasil, batendo a incrível marca de um milhão de acessos. Porém, como o jogo era complexo, a empresa recebeu VINTE emails reclamando do hotsite. E o cliente foi pra cima da agência dizendo que "nunca antes recebemos tantas reclamações como agora".

Vinte emails de uma população de um milhão de visitantes. Isso daria algo como 0,00002% de reclamantes. Mas como o cliente tinha um site que nunca era visitado, isso deve ter representado um aumento de 200% em suas reclamações.

Como "colaborar" com um cliente assim?

O que é dito lá no trabalho, que é bastante comum, é o cliente ter um prazo para entregar seu material para a criação dos sites. Porém eles atrasam a entrega. Só que depois vêm pra cima da agência querendo explicações dos motivos dos atrasos no cronograma, acusando a agência de ter atrasado a entrega.

Enfim, eu confesso que me assusto ao pensar que é ESSE tipo de colaboração que nós agilistas temos que conseguir. Na teoria é muito bonito. Na prática, talvez só VINTE clientes de um milhão colaborem hehe

Abração

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O primeiro dia na nova empresa

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O nervosismo do primeiro dia. Fazia tempo que eu não sentia isso.

Pois lá estava eu, no saguão do prédio, esperando o elevador. Ansioso. Junto a mim, uma mulher e um homem. Entramos no elevador mudos, cada um apertou um andar. Até que a mulher comentou: "Hoje é o meu primeiro dia". E o homem falou que era o primeiro dia dele também. E eu completei que era o meu também! A ansiedade acabou ali. :)

Ao chegar no andar, fui direto conversar com os diretores. Me apresentei, conversei rapidamente e já fui indicado para ir conversar com os gerentes. Lá, novamente uma rápida conversa e já pude ter contato com o ambiente dinâmico que é uma agência de publicidade/conteúdo para web. Muitas pessoas, bastante comunicação, bastante descontração e ... muito trabalho.

Após algumas reuniões na manhã com os gerentes, para eles me passarem uma visão macro do funcionamento e também alguns acompanhamentos de outras reuniões, à tarde eu passei praticamente todo o período pesquisando e buscando material para me interar dos processos e documentos. Achei bastante coisa que eu pretendo ler amanhã pela manhã.

Enfim, um primeiro dia onde eu me deparei com uma realidade bem diferente da que eu tinha antes. Mas que será um excelente desafio.

Podem deixar que eu continuarei postando :)

Um grande abraço!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Último dia de trabalho...

E foi um dia comum. Reuniões, passagem de conhecimento, bate papo...

E bastante ansiedade para o dia de amanhã. O primeiro dia no novo trabalho :)

Um abraço

domingo, 5 de outubro de 2008

Entrevistando ... pessoas.

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Quando fazemos entrevistas costumamos buscar identificar algumas atitudes e perfis das pessoas. Mas muitas vezes acabamos cometendo um erro bastante comum: guiar as entrevistas de forma padronizada.

Pessoas são ... pessoas! São diferentes umas das outras. Tem reações, sentimentos e desejos completamente diferentes.

Um exemplo bem típico disto eu vou citar durante as entrevistas que fizemos na sexta-feira.

Entrevistamos 8 pessoas durante o dia. Três delas estavam completamente nervosas! E isso é uma das coisas mais comuns e não costuma dizer nada sobre a pessoa. O que nós resolvemos fazer (estávamos em três, entrevistando os candidatos) foi tentar descontrair a entrevista para acalmá-los.

Falávamos de futebol, faculdade e demais assuntos corriqueiros. E isso soltava o candidato. Ajudou a gente a escolher inclusive um, que mudou bastante quando deixou de ficar nervoso.

Decidimos então que a última candidata (a única menina da seleção) iríamos começar a entrevista já descontraindo. O currículo dela dizia que ela falava fluentemente francês. O meu chefe fala também, então ele iria começar falando em francês com ela.

Dito e feito. Ambos bateram um papo em francês, e nós nos mostramos surpreendidos com a fluência dela. Sorrimos e brincamos, mas ela não pareceu muito confortável. Então o meu colega perguntou "Para qual time tu torces?" e ela respondeu, já meio impaciente: "Acho que isso não vai fazer nenhuma diferença aqui". O meu colega prontamente respondeu "Muito bem!" e aplaudimos ela.

A idéia era criar um ambiente mais tranquilo, com base na nossa experiência anterior com os outros candidatos que vieram até então. Só que com ela o tiro saiu pela culatra.

Ela comentou em seguida que aquela vaga era importante para ela. Pois ela era formada em direito e agora fazia Sistema de Informação... só que nas últimas três entrevistas que ela havia feito, o entrevistador havia sido extremamente infeliz. Um deles perguntou inclusive se "ela era especialista em Word". Ninguém a levava a sério, embora ela já estivesse empregada mas não queria permanecer como desenvolvedora.

Ou seja, para ela, aquela nossa abordagem "descontraída" era quase que uma nova ofensa!! Ela acho que estávamos menosprezando ela. Felizmente conduzimos bem a entrevista e no final ela até largou uma daquela pérolas que todos gostam de ouvir: "As outras pessoas do ambiente de trabalho são agradáveis como vocês?".

Veja como uma abordagem "pré-definida" que achávamos que seria excelente foi um desastre!

Enfim, entrevistar pessoas é um processo bastante complexo. Eu sigo a abordagem do "bate-papo" ao invés de usar perguntas padrões. Mas ainda sinto que tenho uma dificuldade grande: costumo simpatizar (ou não) com os candidatos durante a entrevista. E isso costuma afetar a decisão, algumas vezes. Fica aquela coisa de "ah, vamos dar uma chance"...

Mas jamais use perguntas padrões. Lembre-se que cada pessoa é diferente. Por mais óbvio que isso pareça, muitos costumam esquecer!

Abraços

Currículos, como NÃO montar o seu!

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Não sou um especialista em currículos. Aposto que até mesmo o meu contém algumas coisas que não deveriam conter. Mas a partir do momento em que nós vivenciamos a experiência de selecionar pessoas, passamos a entender e enxergar a montagem de um currículo de uma forma diferente.

Este post não pretende funcionar como um "how to CV", mas sim passar algumas impressões pessoais sobre o que pôr e o que não pôr em seus currículos. Sendo impressões pessoais, não leve como verdade absoluta. Mas reflita um pouco!

Vou alavancar algumas coisas que vi em currículos durante a seleção que fiz.

1) Não colocar email para contato no currículo. Peguei dois currículos assim. Num deles simplesmente não havia email de contato. No outro, o email colocado voltou como "inexistente". Ora, sabendo que o email é a forma de contato mais comum nos dias de hoje, não atentar a estes dois detalhes é cometer suicídio na vaga, como de fato ocorreu.

2) Encher o currículo de siglas e frases de efeito. Nós temos essa mania de encher nossos currículos com siglas e até mesmo frases e expressões de efeito. Não tenho nada contra isso, mas é extremamente terrível quando uma pessoa coloca como sendo "pró-ativa" e na entrevista se demonstra uma pessoa sem atitude. Ou como "trabalho em equipe" e nas entrevistas fala muito mais dos SEUS feitos do que os feitos de sua EQUIPE. E as siglas? Muitas vezes colocar que mexeu na ferramenta TIS 2.0 (Totalmente Inútil System), que é utilizada só na sua empresa, não é um diferencial: é encher o currículo de linguíça.

3) Abrir um programa vira "experiência no sistema TIS 2.0". Isso é outra coisa terrível. Diversos dos candidatos que entrevistei falavam que haviam mexido com tal e tal ferramenta, mas quando perguntei um pouco sobre a ferramenta, das duas uma: ou eles se atrapalhavam na hora de explicar ou então assumiam que apenas haviam "mexido". Causa má-impressão. Vale a pena ser honesto ou nem mencionar já no currículo.

4) Falta de data de nascimento. Eu considero isso uma informação importantíssima. Existem vagas que nós pensamos em preencher com pessoas com mais idade e vivência.

5) Falta de experiência profissional. Veja, aqui eu não estou falando se a pessoa TEM experiência profissional. Eu falo do fato incrível de uma pessoa que chamamos e que no currículo não havia NENHUMA experiência. Quando ele veio para a entrevista (ele acabou selecionado por acidente, acredite!) ele começou a mencionar os locais que havia trabalhado e tudo mais. Era um rapaz com boa experiência e conhecimento! Só que por "esquecer" de mencionar isso no seu currículo, por muito pouco não perdeu a vaga. Eu o aconselhei disso no final da entrevista. Inacreditável!

6) Currículos com textos longos e explicativos. O meu currículo atualmente tem este problema, e na seleção eu percebi como é terrível isso! E como a gente não se dá conta. Quando estamos vendo diversos currículos, queremos algo o mais sucinto possível. Eu tentei deixar no máximo 3 linhas por item, mas ainda assim tem muita explicação. Eu percebi que o ideal é ter somente o necessário para passar a informação e usar a entrevista para expôr tudo o que desejamos. Peguei currículos com textos loooongos e que realmente não existe a menor possibilidade de leitura.

7) Falta ou inexistência de formatação no currículo. Como é legal pegar um currículo sem total coerência em espaçamento, tabulação ou ordenação. São informações jogadas a esmo e que torna a leitura desagradável.

8) Currículos com mais de duas páginas. Nada pior do que currículos com muitas páginas. Muito ligado aos itens 2, 3, 6 e 7 (citados aqui), estes currículos se tornam impraticáveis. Ninguém quer ler um livro! Eu peguei currículos com SEIS páginas. SEIS!!! Com informações completamente inúteis.

9) Informações redundantes. Quando não sabemos o que pôr para encher linguiça, costumamos encher com informações redundantes. O que seria isso? Dizer que mexe com pacote Office, Windows 98, 2000, XP, Linux, etc. Ora, isso por acaso é importante para alguém que está concorrendo a uma vaga na área de tecnologia?! Como desenvolvedor ou analista?! Até minha sobrinha sabe mexer nisso!

10) Informações sem nexo algum. Colocar no final do seu currículo uma seção com "informações adicionais" pode ser interessante, mas lembre-se de SEMPRE orientar isso à sua vaga. Se você quer ser desenvolvedor, vale a pena mencionar que fez um curso de "fotografia de natureza"? Eu peguei um currículo (sem mentira!) que continha o seguinte parágrafo nas "informações adicionais", para uma vaga de desenvolvedor:
Hobbies: Pratico futebol, volei e basquete entre outros. Gosto de punk rock e de músicas com melodia agradável. Toco violão e guitarra.
O que dizer disso?! Imaginem uma empresa maior pegando um currículo desses? Vai ser motivo de chacota! O meu currículo possui uma menção a um negócio que eu tenho no sistema do Second Life, o qual tive bastante sucesso e levo tranquilamente me dedicando apenas uma hora por dia. Como eu concorro a vagas para gerente/gestor, eu coloco este fato até para puxar assunto sobre o assunto de gerir um negócio. Até hoje tem funcionado, mas muito porque é algo relacionado à área que desejo atuar. Se alguma vez eu notar que aquilo virou supérfluo, eu tiro.

11) Enviar currículo a esmo. Esse é o pior erro de todos. Abrimos, por exemplo, uma vaga para gerente de projetos com todas as habilidades que julgamos necessárias expostas no aviso. Recebemos currículos de jovens de 18 e 20 anos sem sequer experiência profissional concorrendo para a vaga. Ou então quando abrimos vaga para desenvolvedor, testador, analista e webdesigner, e uma pessoa entra para concorrer a todas elas. Essas pessoas sequer são consideradas.

12) Línguas. Mentir que o seu inglês é intermediário ou avançado é terrível. Mencionar que você domina a língua portuguesa, é contraproducente. Arranhar no portunhol e colocar como "conhecimentos básicos em espanhol" também não ajuda em nada.

Enfim, estes são alguns dos erros que eu notei durante a escolha dos currículos. Já fizemos entrevistas e muitas pessoas, mesmo sem experiência, agradaram. Isso se deve a duas coisas que todos nós precisamos ter em mente, não só quando concorremos a uma vaga mas também quando estamos selecionando alguém.

a) O currículo representa o que a pessoa fez até aquele momento. Precisamos tentar descobrir o que a pessoa pode fazer no FUTURO!

b) Um currículo mostra os conhecimentos e habilidades da pessoa. Mas a atitude não podem ser apenas palavras. E atitude é MUITO mais importante do que qualquer conhecimento ou habilidade. Atitude não se aprende.

Um forte abraço e espero que as dicas ajudem alguns leitores :)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A difícil decisão da troca de emprego

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Caros leitores, sei que alguns devem ter estranhado que este blog está bem desatualizado! Confesso que ocorreu uma coisa nas últimas semanas que me balançou demais: uma proposta para trocar de emprego.

Este é um post bastante grande, mas se você passa pela indecisão de trocar o emprego, talvez lhe ajude a refletir...

A proposta...

Na semana passada, um colega meu agilista (possivelmente após ler o meu post sobre a negociação dos salários hehe) me enviou um email solicitando o meu currículo, para repassar a uma vaga que ele estava sabendo. Ele queria me indicar. Enviei o currículo, sem muita pretensão. Apesar dos pesares, meu planejamento era permanecer no meu emprego atual por mais um período para depois sim sair.

Recebi o chamado de um dos sócios da empresa para ir até lá. Resolvi aceitar a entrevista, até como forma de ver como eu estava no mercado, enfrentar uma entrevista, etc. Acho que, inclusive, todos nós devemos fazer isso de vez em quando para ver se ainda estamos falando o mesmo idioma... principalmente em casos como o meu, que estava havia 3 anos no mesmo local.

Pesquisei um pouco sobre a empresa na internet, de forma a entender o território que estaria pisando. Para minha surpresa, a empresa tem um bom nome no mercado onde atua (conteúdo para internet, um mix de publicidade/tecnologia/etc) e as referências encontradas eram bastante interessantes.

A primeira entrevista...

Claro, apesar de não ser mais um garoto em busca de estágio, estava bem ansioso e nervoso. Mesmo colocando na cabeça: "Calma, vamos lá sem pretensão nenhuma. Só ouvir a proposta, conversar, etc". Cheguei ao local e me deparei com um dos melhores prédios de uma zona nobre aqui de Porto Alegre. Soube que eles estavam com um andar inteiro. Subi até o local, e me identifiquei para a entrevista. Aguardei alguns minutos e pude ver como o ambiente é despojado e informal. Eu me identifico com locais assim, pois acho que na nossa área de atuação (onde a criatividade e o conhecimento são oriundos de pessoas), precisamos criar um ambiente propício para que essas pessoas se sintam bem e produzam.

Vou dizer que não existe momento pior de uma entrevista do que o momento em que aguardamos. Para pessoas ansiosas como eu, é nesse momento em que a gente tem que respirar fundo, se acalmar e se focar. Digo isso, pois vejo muitas pessoas que ficam realmente preocupadas em acharem coisas do tipo "só acontece comigo". Que nada... a grande maioria, sem exceção, fica nervosa e ansiosa nesses momentos. O grau com que isso acontece é que varia... então se você acha que é excessivo demais, procure alguma ajuda. De verdade :)

Fui chamado então pelo sócio da empresa que havia feito o convite. Fomos até uma das salas de reunião e ele foi vendo o meu currículo e discutimos sobre os meus projetos anteriores, minha formação, minhas possíveis qualidades para a vaga, etc. Eu notei que o fato de eu trabalhar em um grupo de pesquisa acabou gerando uma certa desconfiança. Certamente é pela visão distorcida que todos nós temos de grupos de pesquisa unversitários, mesmo que envolvam empresas como no meu caso.

Ainda assim, conversamos por aproximadamente uma hora. E eu senti que agradei. Inclusive mostrei este meu blog que ele achou bastante interessante. Em seguida ele solicitou que os gerentes se juntassem a nós para conversar e também me conhecerem. Os outros dois sócios também vieram, mas eu acabei não percebendo que eram eles. Daí foi mais uma meia hora de sabatina de perguntas! Desde aquelas clássicas de qualquer entrevista de RH até conversas mais abertas. No total, ficamos em torno de uma hora e meia conversando, e acredito que finalizamos mesmo por já estarmos estourando o horário do almoço.

A impressão inicial que eu tive de todos foi muito boa. Eles me fizeram perguntas para me testar, como quando me solicitaram para contar alguns momentos de pressão que eu havia tido, algumas atitudes que eu havia tido, etc. São perguntas que deixam o entrevistado desconfortável, e com certeza muitos ficam sem ter o que dizer.

No fim das contas, eu acho que fui muito bem. Fiz uma "auto-avaliação" e percebi que ao menos consegui deixá-los na dúvida, pois conversei num nível muito bom com eles, discutimos sobre assuntos importantes como liderança, cobranças, prazos, processos e em todos eu me senti bastante a vontade para falar.

Foi ótimo para mim também, pois eu percebi que sim, eu estava ainda bastante alinhado com o mercado. Muito disso devido a eu gostar muito de estudar, ler e até mesmo ouvir sobre o assunto (livros, listas de discussão, artigos, podcasts, vídeos, etc) além do meu MBA estar me reforçando demais algumas arestas sobre gestão que eu não tinha conhecimento completo.

Sai da empresa bastante satisfeito por saber que havia deixado ao menos eles na dúvida. Mas ainda mantinha o meu planejamento de ficar no meu emprego atual.

A segunda entrevista...

Passados um ou dois dias, recebi outro email do sócio da empresa que havia conversado comigo. Ele me chamou para conversarmos um pouco mais. Aceitei novamente, já imaginando que poderia ser a proposta. Decidi que seria legal saber como eles estariam me avaliando, se eu realmente havia agradado, etc.

Neste período, eu ainda estava bastante convicto de não sair do meu emprego. Fui até lá para ouvir a proposta mesmo. Chegando lá, passei novamente por este momento de nervosismo (um pouco menor), que antecede a entrevista (sim, leitor! Reforço que isso é normal!). Então entramos numa das salas de reunião onde ele e outro sócio me fizeram a proposta. Financeiramente falando, em valores brutos, o valor era bastante superior. Além disso, ele reforçou que se eles não tivessem gostado de mim, eu não estaria ali :)

Agradeci e disse que iria pensar e ainda naquela semana daria o retorno. Mas poxa, aquilo mexeu demais comigo. Receber uma proposta, ainda mais reforçando que eles realmente queriam contar comigo, num local onde eu sempre gostaria de trabalhar, onde as pessoas são realmente valorizadas e possuem um ótimo ambiente de trabalho, onde todos os gestores possuem uma idade próxima da minha e, com isso, possuem algumas idéias e valores próximos dos meus... mexeu bastante.

Sai de lá sem saber ao certo o que fazer. Aquela minha convicção de que seguiria o meu plano não era mais tão forte.

A indecisão... parte 1

A primeira coisa que eu fiz foi conversar com o meu colega no trabalho. Estamos atuando como GP's juntos há mais de 1 ano e meio, mas já trabalhamos juntos há mais de 2 anos. É daquele tipo de colega de trabalho que transcende um pouco para a figura de amigo. Conversamos longamente e ele me disse que também ficaria indeciso.

Onde estávamos, já somos reconhecidos. Todos sabem da nossa capacidade e já nos valorizam. O projeto que esperamos quase um ano para sair, finalmente estaria iniciando em outubro. As tecnologias com as quais trabalharíamos eram excelentes (RFID, GPS, etc) todas elas na "crista" da onda. Temos também uma enorme flexibilidade na carga horária (30hs) e a possibilidade de erguer uma empresa e o próprio grupo de pesquisa.

Por outro lado, a empresa que me fez a proposta já está estabelecida no mercado. Eles transcenderam a luta pela sobrevivência para agora pensarem nos seus processos internos, em como valorizar sua equipe, em como tornar o ambiente agradável... além disso, é uma empresa com uma cultura bastante atual e muito próxima (se não igual) dos valores que eu acredito. Mesmo trabalhando com uma tecnologia sem grandes novidades (web), os projetos envolvem clientes grandes e são projetos de duração de 1 a 3 meses. Nada melhor para um gerente do que participar de projetos onde a gente ENTREGA resultados, ao invés de ficar em projetos looooongos que parecem que não tem fim.

E ai? Lendo isso, você, caro leitor, poderia ter uma decisão? :)

Enfim, eu conversei bastante... e tomei uma decisão (relutante). Ficaria onde estava.

Liguei para o sócio que havia feito a proposta e falei que preferiria manter meu planejamento pessoal e profissional e que iria negar a proposta, mas tentando deixar claro que seria algo temporário. Ele sentiu a minha relutância e insistiu: "Cara, pensa um pouco mais e conversamos melhor no final da semana ok?". Aceitei.

Foi um final de semana do cão! Não deixei de pensar no que fazer por quase nenhuma hora.

A indecisão... parte 2

Resolvi pesar a questão financeira. Foi aí que vi que proporcionalmente falando, valor hora, eu estaria ganhando menos na atual empresa. Então tentei negociar esta variável com a empresa, pois valores são binários... fáceis de mensurar. A empresa acabou mantendo a posição da proposta inicial, mas me explicou sobre alguns benefícios indiretos que eu teria (desconto em plano de saúde, estaciomento e, principalmente, o plano de carreira deles). Dai eu percebi que a segunda entrevista foi tão rápida que eu não havia perguntado diversas coisas! Não sabia quais seriam minha funções e responsabilidades. Nem mesmo o funcionamento deste plano de carreira.

Acabei falando com o responsável pelo setor financeiro e também com um dos gerentes. Ambos foram muito solícitos e me explicaram sobre os assuntos. Com o gerente eu conversei bastante sobre questão dos processos, dia-a-dia, decisões, enfim... percebi que mesmo sendo uma área menos técnica da qual estou acostumado, ainda assim eu teria total capacidade para enfrentá-la.

Fiquei pesando os prós e os contras durante uns quatro dias. Quatro LONGOS dias. Todas as pessoas com as quais eu conversava e consultava se demonstravam indecisos... ora para um lado, ora para outro. Minha namorada me falou que jamais havia me visto tão indeciso em alguma coisa! Percebi como é difícil tomar uma decisão de deixar um emprego onde gostamos e enfrentar um desafio num local onde provavelmente também iremos gostar!

Acabei tomando a decisão de enfrentar o desafio. Mas aí faltava o momento mais temerário para mim. Comunicar os meus chefes.

Avisando da saída...

Durante todo este período de indecisão eu continuei trabalhando. Estávamos planejando o início do projeto e o meu chefe já havia me delegado diversas atividades. A grande vantagem da minha saída neste momento seria que o projeto nem teria equipe definida nem conhecimento adquirido. Tudo o que tínhamos era bem alto nível.

Tomei coragem e bati na porta do meu chefe. Falei que tinha uma notícia bastante ruim, mas que eu havia recebido uma proposta para ir para uma empresa e que eu havia relutado muito, mas havia acabado aceitando após refletir demais. Achei que o meu chefe teria um chilique, ficaria bravo, triste, ou algo do tipo. Não!

Ele ficou surpreso mas conversou na boa comigo. Disse que sabia que em algum momento isso iria ocorrer pois sendo um grupo de pesquisas, ele não poderia me dar estabilidade... temos sempre que ficar na torcida de conseguir projetos como este. E sempre haveria o problema dos valores salariais, já que eu nunca poderia receber um valor real de mercado (incluindo aí os benefícios). Conversamos bastante sobre o que fazer, falei que eu havia solicitado uma semana para finalizar minhas tarefas e ele me pediu para tentar conseguir alguém para a minha vaga. Felizmente já indiquei diversos bons candidatos.

E o principal, a frase que eu queria MUITO ouvir dele: que as portas estariam sempre abertas para se eu quisesse voltar algum dia. Essa frase, por mais "default" que pareça, demonstrou que eu poderia sair de consciência tranquila e também que eu havia feito um trabalho que eles haviam gostado muito. Deixar as portas abertas na empresa onde estamos saindo é uma das melhores coisas que podemos fazer.

Conclusões...

Ufa! Pronto, estava agora de consciência BEM tranquila para comunicar a minha decisão. Agora estou no período da ansiedade para iniciar os trabalhos. Sei que terei que me adaptar a um novo rítmo de trabalho, com um time-to-market bem mais rápido... sei que terei que liderar uma equipe de perfil completamente diferente... enfim, só terei desafios no novo emprego. Mas sem dúvida nenhuma, serão desafios que eu irei enfrentar com a mesma paixão e vontade que eu enfrentei todos até agora.

O que se pode tirar de lição desta minha experiência, tão comum entre muitos leitores daqui?

1) Se você está realmente indeciso, procure pensar a longo prazo. A empresa vai te oferecer oportunidades, desafios e conhecimentos para o objetivo que você tem a longo prazo?

2) Se desligar da sua empresa atual parece difícil, mas não é. Se você é uma pessoa íntegra e ética, seus chefes saberão disso. Precisamos esquecer essa idéia de que iremos "trair" a empresa ao sair. Mais profissionalismo e menos emoção... (eu sei que é difícil, mas precisamos tentar!).

3) Escolha sempre a empresa que mais fecha com os seus valores. Se você é do espírito que busca desafios, busque empresas com um time-to-market mais curto. Se você gosta de flexibilidade, procure empresas mais despojadas.

4) A questão financeira é importante. No meu caso, eu acabei tentando utilizá-la como peso para medida... mas muito por não ter conhecimento do plano de carreira, dos benefícios, enfim. Não se surpreenda se muitos conhecidos aceitarem trocar de emprego para ganhar menos.

5) Não prolongue demais a sua decisão. Não faça como eu, que passei dias me remoendo para tomar a decisão. É terrível e você afeta inclusive a sua vida pessoal e profissional. Por mais difícil que seja, tome uma decisão assim que pesar e obter o máximo de informações.

Ufa... como eu disse, um post enorme. Mas que tem como função auxiliar os possíveis indecisos a refletirem um pouco também sobre esse tipo de decisão :)

Um forte abraço a todos