segunda-feira, 2 de março de 2009

O gerente e a ansiedade

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Muitos antropólogos costumam dizer que a ansiedade é a doença do futuro. Outros, mais realistas, afirmam que ela é a doença do presente.

Nós, profissionais de TI principalmente, passamos o dia sob estímulos de dados e informações. Temos que absorvê-los, compreendê-los, comunicá-los e geralmente tomar decisões. Quase sempre sob intensa pressão.

Isso gera ansiedade. Numas pessoas mais, noutras menos.

Ansiedade, na definição no Wikipédia é "uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax, transpiração etc".

Quem nunca passou por essa sensação no trabalho? Se você respondeu que não, ou você está mentindo ou pior, não admite que possui mesmo que seja um grau tolerável. Algumas pessoas não sentem os efeitos no curto prazo, mas a somatização dessas angústias acabam aparecendo anos mais tarde com dores nas costas, hérnias, etc. E isso é sério.

Os gerentes e líderes são as principais vítimas deste mal, pelo simples fato de que estão no "recheio" do sanduíche organizacional. Sofre pressões do nível estratégico e do nível operacional. E precisa balancear ambos para que a empresa funcione corretamente. Não é fácil, como todos nós sabemos.

O primeiro passo para lidar e, por que não, lutar contra esse problema é encará-lo de frente. Ao assumir isso, você estará se conscientizando de que você não é imune a ele. E poderá dar o segundo passo, que é procurar entender como a ansiedade se manifesta em você. Dores no estômago? Intestino? Fígado? Costas? Cabeça? Coração? Sensação de pânico?

O terceiro passo é procurar ajuda. Muitas vezes teimamos em achar que "é só uma dorzinha passageira". E na verdade tudo é controlado pela nossa cabeça. Um psiquiatra, de preferência com especialidade na área, saberá receitar a você os medicamentos devidos. Pois sim, acredite, normalmente a ansiedade é uma questão química do nosso cérebro.

O quatro passo é procurar formas de contornar o problema. Apenas os remédios não irão resolver o problema. Você precisa se tornar forte para saber como evitar e como reagir quando o problema surgir. Saber qual o seu limite e não forçar a barra, dependendo do caso. Pessoas com ansiedade extrema, como a síndrome do pânico, podem trabalhar normalmente desde que saibam seus limites. O último passo é viver, apesar do problema, uma vez que você terá todo o apoio necessário para enfrentar a ansiedade.

Neste momento alguns leitores devem estar pensando: "Mas o que este post tem a ver?". Eu respondo: TUDO.

De nada adianta um gerente de projetos ou líder que seja um excelente técnico, mas que não tenha um equilibrio emocional ou que ao menos não esteja lutando para atingí-lo. De nada adianta você ler todo este blog e descobrir que não tem forças para encarar os desafios, pois no primeiro momento em que a bomba estourar, a sua ansiedade o deixará paralisado.

A ansiedade é um problema real e extremamente comum. Infelizmente ainda é um tabu em muitas empresas. As pessoas não comentam ou escondem. Tenha a certeza que pelo menos 70% das pessoas com as quais você trabalha, tem ansiedade num grau igual ou maior ao seu. Portanto, não deixe que isso afete a sua carreira. Conviva com a ansiedade.

E respondendo a sua pergunta (que com certeza deve estar se fazendo agora), SIM! Eu sofro de ansiedade. E estou procurando conviver com isso :)

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