domingo, 27 de julho de 2008

Criando falsas (ou nem isso) expectativas...

Pessoal, desculpem! Desculpem mesmo. Havia prometido para a semana passada que tornaria o blog diário novamente e que postaria o resultado da palestra para a turma de pos (que foi bem legal) e também o resultado da minha retrospectiva com o pessoal do trabalho.

Infelizmente acabei me enrolando e não consegui finalizar os dois. Quero ver se amanhã sem falta posto, ok?

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Vou falar sobre a criação de expectativas, muito graças a comunicação ineficiente que ainda existe no meu trabalho. Vejam a minha situação e reflitam se vocês não vivem a mesma coisa ou pior: se vocês não estão fazendo isso.

Lembram quando eu falei que para iniciar o próximo projeto, os meus chefes queriam fazer uma reunião para definir a parte financeira (RH) do projeto? Cheguei a publicar um post falando disso.

Pois bem. Esperamos naquela quarta-feira. E nada. Dois dos envolvidos sequer avisaram que não poderiam comparecer na reunião. Desde aquele dia (9/7/2008) não teve mais nenhuma palavra a respeito da reunião. Nenhuma! Nem previsão de dia, nem justificativa, nada.

Pior: o meu projeto, que apresentamos na feira, não teve oficializado uma deadline. Ou seja, eu não sei se ele está ativo ou não!! E o pior mesmo? É que os gastos de RH deste projeto já acabaram. Então eu acabei fazendo a minha equipe trabalhar por 15 dias neste mês (para finalizar a documentação) e eu nem sei se eles irão receber por isso.

Poxa, não é uma falta total de respeito com a equipe e com os gerentes, isso? Os meus chefes e os demais envolvidos que tanto falam que temos que mudar a imagem do grupo, que nós temos que trabalhar bastante, etc. dão uma demonstração claríssima de falta de comprometimento e boa vontade com a gente.

O que eu fiz? Bom, fechados os 15 dias, desmobilizei a equipe. Falei que não sabia se o projeto havia sido oficialmente finalizado e então disse que por via das dúvidas eles já haviam feito o que deveriam ter feito. Ponto. Um problema é que a equipe do meu projeto seria a equipe de hardware do próximo projeto... e eles também estavam impacientes sobre os rumos do projeto. Se amanhã eu não obtiver resposta dos meus chefes, vou dar como encerrado o assunto e vou liberar a equipe para que eles procurem emprego em outro local, caso não queiram esperar sentados pela famigerada reunião.

Já eu, fiquei mais alguns dias lá e como não obtive nenhum aceno sobre a reunião, eu mesmo me desmobilizei e não compareci na 5a e 6a. Fiz isso propositalmente, para tentar emitir um sinal indireto de que não estou satisfeito com a situação. Lógico, eu também estou arriscando aqui, seria muito mais simples eu simplesmente perguntar "E ai? E a reunião?". Mas seria a terceira vez neste mês. Tem um momento que a gente cansa e parte para o "semancol".

Eu realmente tenho interesse em permanecer lá por causa deste projeto, pois eu ajudei a elaborá-lo, vou ter maior liberdade para tomar decisões (até onde eu sei) e também será um projeto que eu acredito que tenha um impacto social e tecnológico bastante grande. Aquele legítimo projeto que vale a pena ter no currículo. São exatamente estes fatores que me fazem permanecer no grupo de pesquisas. Caso contrário, sinceramente, já tinha saído fora.

O fato é que eles criaram expectativas muito grandes durante a elaboração deste projeto e mesmo posteriormente. Falaram da reunião como sendo algo importantíssimo, que marcaria o começo do projeto e a mudança do perfil do grupo (ah, vale ressaltar: essa mudança de perfil eles estão considerando como idéia deles - embora eu já tenha demonstrado que iria fazer isso antes). E depois, deram claríssimas demonstrações de que a reunião estava em "segundo plano", pois sequer justificativas para as ausências e reagendamentos a gente teve.

A falta de comunicação nas empresas costuma gerar essa mazela, chamada de "falsas expectativas". É assim que surgem os boatos. É assim que surgem os conflitos. É assim que a desmotivação, o descompromisso e o descontentamento se tornam enormes problemas no emprego.

Por isso, caro leitor, reflita um pouco. Será que a sua empresa vive uma situação parecida? Será que seus chefes usam e abusam do famoso bordão "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço"? Será que você também não está criando falsas expectativas nos seus subordinados?

Enfim... não custa se comunicar. Por pior que seja a mensagem, ao menos ela evitará problemas maiores.

Um abraço e bom início de semana.

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