terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Chefe bom x chefe ruim
É engraçado como a percepção que temos do que é um chefe bom e o que é um chefe ruim muda conforme a nossa função na empresa.
Eu me lembro quando entrei no primeiro projeto, ainda pelo grupo de pesquisa. Eram dois coordenadores... e inconscientemente eles seguiam aquela tática comum e batida de negociação: o bonzinho e o bravo.
O bonzinho era aquele chefe que vinha, conversava, cobrava pouco, apoiava, não reclamava frente-a-frente, a gente argumentava, enfim o típico chefe que todo funcionário quer... o chamado chefe "parceirão".
O bravo era aquele que todos tinham medo. Ele não era exatamente bravo, mas sim exigente. Com ele a coisa era binária: sim ou não. Era o chefe em que a gente costuma fugir ou evitar.
Passados os anos, fui efetivado como gerente e mantive o contato com os mesmos chefes. E comecei a mudar a minha percepção. Notei que o chefe bonzinho, apesar das características citadas, possuia outras características que a nível tático são bem ruins: falta de um feedback concreto, falta de orientação a objetivos, falta de cobrança efetiva e, em consequência, os funcionários não o levavam tão a sério. E isso tudo junto, acabava tornando o chefe bonzinho um mau chefe, exatamente por ele não assumir suas reais responsabilidades como um chefe ou líder.
Já o chefe bravo, eu comecei a perceber que mesmo exigente e binário, eu conseguia esse feedback que estava faltando. Ao invés de pensar 2 ou 3 vezes na resposta antes de efetivamente seguir adiante, ele era mais impulsivo. Ele queria as respostas certas apenas, nada de "veja bem". Eu tive alguma dificuldade em lidar com este chefe, mas hoje confesso que sinto que ele se tornou um verdadeiro chefe. E também, toda aquela imagem de "bravo" que eu tinha como funcionário, caiu por água abaixo ao perceber que muito ele faz só de aparência mesmo (pelo jeito exigente e binário dele).
Ou seja, de certa forma o bom virou o mau, e o mau virou o bom.
Hoje estive pensando a respeito e achei interessante essa visão. E é uma forma interessante de pensarmos em nós mesmos como chefes. Será que vale a pena ser o chefe bonzinho que todo funcionário quer, mas que efetivamente acaba atrasando o projeto (pela falta de exigência e feedback, por exemplo) ou devemos ser um chefe mais exigente e duro, mas ao mesmo tempo honesto, justo e que passe mais confiança para a equipe?
Não sei quanto a vocês, mas eu pretendo seguir a segunda opção.
Em tempo: os meus dois chefes são pessoas sensacionais, responsáveis e trabalhadoras. Posso dizer que não poderia ter tido sorte melhor em trabalhar onde trabalho. Mas todos nós temos defeitos e carências, e precisamos trabalhar e estudar para contorná-las.
As minhas? Bem, eu exponho todas aqui no blog. :)
E você, caro leitor? Já parou para pensar em como é a sua forma de liderar? Já percebeu essa mudança de "concepção" de chefes quando mudou para o nível tático?
Abração!
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Um comentário:
...entendi sua teoria e concordo, porem....
Melhor mudar o título para Chefe Competente e Incompetente.
Chefe bom x Chefe ruin tem mais a ver com falta de clareza, etica, sacanagem entre outros.
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