Uma das coisas mais discutidas no mundo da TI é a utilização ou não de protótipos para apresentar ao cliente. Eu particularmente sou contra. O motivo é simples: clientes, em TI, tem expectativas altas! Se a gente apresenta algo que não condiz com a realidade, podemos ter situações como as que eu cito abaixo:
Situação 1
Desenvolvedor: Queremos mostrar para vocês o que estamos pensando sobre o sistema para vocês. Aqui a gente tem a tela de cadastros... mas ela não está funcionando...
Cliente: Como assim???
Desenvolvedor: É que nós achamos que não seria interessante implementar agora.
Cliente: Hmmmmmmmmm...
Situação 2
Desenvolvedor: Teste o sistema de navegação do site, por favor.
Cliente: Claro! Poxa, tá bem bonito. Vou clicar aqui e... ué. Nada aconteceu!
Desenvolvedor: Ah sim, é que... bem, isso é um esqueleto do sistema, só para avaliação da interface.
Cliente: Hmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
Quem nunca passou por isso? É normal! E mesmo assim a gente continua trabalhando com protótipos. Hoje, por exemplo, fomos demonstrar o nosso protótipo para o cliente. E tivemos SUCESSO! Eles gostaram bastante do que viram. E era um protótipo.
Dai vão dizer: "Ahh o Flávio tá se contradizendo!". Que nada! Os clientes aprovaram o sistema, mas se tivessemos demonstrado já algo funcional e que gerasse valor a eles, o resultado não seria um "OHHH!" de boca aberta e emocionado?? Com certeza sim. Quando a gente trabalha com protótipos, normalmente estamos nas fases iniciais do projeto. Onde a relação com o cliente ainda não está bem firme. É importante conseguir encantá-lo logo cedo para conquistá-lo. E dessa forma se tivermos futuros problemas tudo poderá ser bem mais facilmente administrado.
Además, o meu projeto não é um projeto ainda. Foi uma "batata quente" que eu recebi para descascar e dar um jeito. Fiz o que eu pude, no curto prazo. E graças às pessoas competentes que estão desenvolvendo ("Hurra!") tivemos algo bem bacana.
O grande e principal problema de um protótipo como o nosso? Todo ele foi "fake". Isto é, iremos aproveitar bem pouco dele. Foi feito numa realidade onde precisávamos cumprir um prazo para apresentar algo pro cliente, e não houve tempo de modelar todo o sistema final. Então fizemos "módulos" para apresentar como cada um funcionaria. Quase sem nenhuma integração entre um e outro.
Ufa! Apesar de tudo valeu. Mas eu já cobrei do cliente, para a próxima reunião, a priorização das funcionalidades por ordem de valor e importância. Assim começaremos a trabalhar de fato no que realmente vale a pena!
E assim acaba mais uma semana.
Um grande abraço e ótimo final de semana pra vocês. Descansem! :)
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Um comentário:
Flávio,
Já passei por alguns projetos onde prototipação era simplesmente ignorada. Talvez por poucas pessoas se interessarem pela qualidade gráfica das interfaces do sistema, a criação de telas e imagens nunca foi levada à sério [aquela velha história que desenvolvedor acha que fazer interface é coisa de designer, e design é tudo v**** - sem comentários]. O que o cliente via do sistema era um monte de documentação - casos de uso e alguns diagramas -, que pouco agregava ao negócio que o cliente queria funcionando. Muitos sistemas foram desenvolvidos sem protótipo ou com apresentação powerpoint [terrível], até que em um determinado projeto era um requisito obrigatório (o protótipo). Fizemos um esforço e criamos um protótipo navegável todo em html + imagens. Tivemos o pé no chão de só colocar o que seria desenvolvido e, por consequência, utilizamos todos os htmls e imagens gerados para desenvolver o sistema de fato. A gerência percebeu o quão significativo foi a aceitação do protótipo, pois todos os envolvidos ficaram alinhados sobre o que seria desenvolvido e como seria desenvolvido. A partir daí, começamos a sempre desenvolver protótipos navegáveis e a aderência às expectativas, tanto dos clientes quanto da empresa, aumentou significativamente. Atualmente, estamos utilizando uma ferramenta chamada Axure para desenvolver os protótipos [olha o merchan!]. É paga, mas é muito muito boa. Fica aí a dica. Boa sorte e uma abraço!
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