quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

American way of life

Eu hoje assisti ao "Duro de Matar 4.0", de novo. Confesso que gosto dos filmes da série... embora este último não tenha sido do mesmo nível dos dois primeiros.

Notei uma coisa no filme e que, pensando novamente, me fez recordar de outra centena de filmes iguais. E como isso pode influenciar principalmente no "american way of life":

a individualidade, na frente do coletivo.

Vejam o John McClane. É o típico herói americano: valente, impiedoso, ele consegue atingir todos seus objetivos com um simples plano: "Salvar minha filha e matar todo o resto". Notem que em praticamente TODOS os filmes da série, o McClane extermina todos os inimigos e só então, minutos depois, que a "cavalaria" chega para dar o reforço.

Lembrem outros filmes famosos como Rambo (embora o primeiro filme esteja num contexto completamente diferente), Jason Bourne e outras dezenas.

Parenteses: não estou criticando os filmes, muito menos o "american way of life". Estou apenas tentando traçar um comparativo! :)

Até mesmo os EUA, como nação, costuma tomar todas as decisões sozinha e só depois consulta os demais (aqui sim, uma crítica!).

Levando isso tudo para o mundo empresarial: como a cultura americana trata dos problemas das suas empresas? Geralmente através da máxima "o problema são as pessoas". Então vemos como a grande maioria das empresas americanas tendem a liderar seus funcionários como se fossem únicos, esperando sempre que os heróis salvem suas empresas. Ok, eu não posso generalizar, eu sei! Porém, no fundo, há alguma verdade nisso, não é?

É só lembrar o que Taylor/Fayol/Ford faziam, nos primórdios da administração. "Funcionário é preguiçoso", costumavam dizer. "O mais produtivo é o chão para os demais", imaginem falar isso numa empresa, hoje em dia? Imaginem se eles vissem o foco que se dá em RH hoje em dia? Acho que morreriam de desgosto!

Foi então que os japoneses começaram a ver que o problema não são as pessoas... mas sim o contexto/cultura/sistema. E, graças a Deus, essa nova visão humanista começou a vingar (e como vingou! Toyota que o diga!).

Hoje, até mesmo o Donald Trump, com aquele topete e cara de mau, costuma falar sobre motivação e trabalho em equipe. Mesmo no seu programa do "Aprendiz", onde parece que o foco é na individualidade (já que as equipes brigam para apenas um ganhar)... mas se analisarmos bem, o vencedor é sempre aquele que consegue ser competente na gestão das outras pessoas!

Outro fato engraçado é que o modelo de "gestão de pessoas" é bem antigo, bastando olhar para o lado militar. O lema dos Marines, por exemplo, é "No one left behind" ou seja, "ninguém fica para trás". E isso vem desde, no mínimo, a Segunda Guerra Mundial.

Thank God que hoje quando falamos em "EUA", falamos em Google, Apple e Microsoft... três lugares onde a gestão de pessoas é um modelo para todos. Mas até mesmo a Coca-cola deve ter algo parecido... até mesmo a NASA (um dos principais modelos de gestão de projetos) tem este conceito de RH impregnado.

Felizmente, amigos, o "American way of life" continua produzindo seus "lone wolfs" apenas no cinema. Isso está deixando, aos poucos, de ser um traço cultural do povo deles. E, felizmente, pelo menos no mundo empresarial, o trabalho em equipe e a gestão de pessoas estão sendo mais valorizados.

Ufa, como não fui trabalhar hoje, tirei o dia para divagar um pouco ;)

Abração!

Nenhum comentário: