sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Lidando com uma equipe "não-madura" em projetos

Estou percebendo que o GRANDE desafio que eu tenho, ao gerenciar projetos em um ambiente acadêmico é de fato a gestão das pessoas envolvidas.


O meu chefe é uma pessoa maravilhosa. Extremamente competente no que faz e muito aberto para discussões e afins, além de muito bem relacionado (eu cada dia mais me impressiono com os contatos que ele tem). Os únicos "poréns" dele é que ele possui a cabeça muito orientada a pesquisas e empreendedorismo, e menos em mercado e empresa. Isso o torna uma pessoa que às vezes costuma "sair da casinha" com algumas idéias mirabolantes. Também dificulta a visão que ele tem da equipe, uma vez que algumas atividades ele considera triviais de serem feitas, mas isso para uma pessoa como ele, experiente.

E a minha equipe? Bem, é infelizmente composta por uma gurizada na faixa dos 20-22 anos. Poucos tem experiência em empresas e, os que tiveram, não trouxeram essa experiência para dentro do projeto. Portanto, por mais que eu insira mudanças e os force a sair da "zona confortável", eles tendem a em pouco tempo retornar a zona.

Isso aconteceu durante todo este mês... e eu posso citar alguns fatos como: provas, onde eles mostraram que a faculdade está em primeiro lugar; comprometimento, quando afirmam e reconhecem quando a produtividade cai, mas insistem nos mesmos erros (e portanto, o PDCA não é identificado!); distrações ao extremo, com conversas fora de hora principalmente.

E, lógico, vamos falar de mim. Eu errei muito nos primeiros seis meses. Assumi com pouquíssima experiência em um gerenciamento de projetos e ainda cai em um terreno que eu não tenho grandes conhecimentos (softwares embarcados). Tomei diversas decisões erradas... mas todas elas serviram para eu me aprimorar. Hoje eu posso olhar pra trás e ter a certeza de que faria tudo completamente diferente. Ainda me faltam coisas como aprimorar a comunicação (e talvez um pouco da desnibição, em alguns momentos) e também ser mais firme principalmente no controle do projeto. Considero também um erro grande meu, o qual busco melhorar a todo instante, a minha necessidade de sempre contextualizar tudo... então algumas vezes acabo perdendo tempo demais explicando o que não precisa ser explicado.

Um dos maiores desafios, portanto, em projetos acadêmicos é a gestão de pessoas. Saber tirar o máximo desse perfil que compõe 90% das equipes em projetos deste tipo e conseguir o comprometimento com resultados. Motivar, principalmente.

Posso dizer hoje (e sugerir a você, caro leitor) que uma das formas mais ineficazes de motivar sua equipe é aumentar o salário. Isso gerará um resultado diferenciado em no máximo um mês. Depois a coisa volta a ser como era antes... com a diferença que você está gastando mais.

Eu já sugeri para os próximos projetos que possam vir a acontecer no nosso laboratório: eu quero participar ativamente da escolha dos novos membros das equipes. Quero pessoas com as quais eu note que há comprometimento e, principalmente, motivação em trabalhar em um projeto destes.

Só para vocês terem uma idéia de como um projeto deste tipo é extremamente sub-valorizado por todas as equipes que eu conheço lá: eles trabalham QUATRO horas por dia e reecebem em torno de 1000-1200 reais. Este é o salário de muita gente que trabalha OITO horas e rala dia e noite.

Pessoas e informação. Eis o futuro de qualquer empresa.

Abraços!

3 comentários:

Unknown disse...

Olá Flávio,

Estou acompanhando seus blog com muito interesse, estou ainda nos primeiros passos no Scrum.

Keep it up!

Saudações,

Daniel Melo

Gabi Luz disse...

Olá,

Realmente a parte mais dificil de se lidar é com pessoas. Eu estudo com "meninos" de 19 a 22 anos em média, e é muito dificil convercer eles a fazerem um trabalho sério. Tudo acontece exatamente como você descreveu: distrações e a imortal "zona confortável", mas infelizmente tenho que lhe dizer que isso não se resume aos acadêmicos.

Já estagiei na gerência de tecnologia de uma faculdade, e lá quem deveria "dar o exemplo", era o primeiro a dispersar o grupo: meu chefe. Lá todo serviço poderia ser deixado para depois das piadas, musicas do momentos e "troca de farpas" entre o chefe e outros funcionários e estáriagios do local. A manutenção de computadores e ocorrências nos setores da facauldade se empilhavam, mas todos estavam ocupados demais falando das "gostosas" do RH.

O problema, é que quando as reclamações dos setores chegavam aos ouvidos dos Gerente Geral do setor, não sobrava para meu chefe ou para os demais funcionários, sobrava para os estagiários.

É muito extressante ver que sua equipe não está tendo a produtividade desejada, mas pior é quando você faz parte da equipe, faz seu trabalho e o dos outros, e ainda leva a culpa das coisas não estarem bem.

Gabi Luz disse...

PS: Sua equipe ganha muito bem. Eu trabalhava 4 horas e recebia 200 reais de desconto da mensalidade da faculdade. (Nem via a cor do dinheiro...)