sábado, 15 de dezembro de 2007

PMP? CSM? CMMI? ISO?

Este blog não é mais atualizado. Veja o novo blog em: www.agileway.com.br

Vocês já pararam para pensar o real motivo de uma empresa ou um funcionário buscar alguma certificação?

Por que um gerente de projetos deseja se tornar PMP ou CSM (certified scrum master) ?

Por que uma empresa deseja se tornar CMMI 2, 3, 4, 5? Ou ter a certificação ISO?

Este texto abaixo foi escrito brilhantemente pelo colega da lista E-Plan, Ricardo Delarue. Achei que fecha com o que eu penso e então decidi colocá-lo na integra :)

PS: O Ricardo não é o Ricardão de posts anteriores! hehehe

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Situação 1:

Há uns 25 anos atrás, um dos diferenciais do mercado era falar inglës (ok, até hoje isso ainda é um diferencial), mas lembro-me de uma caso interessante, onde um colega de faculdade falava alemão pelos cotovelos, e havia uma oportunidade para engenheiro de produção na Osran (acho que é assim que se escreve). Ele passou por um processo seletivo cabeludo, inclusive de interpretação de normas técnicas em alemão (ele foi o único candidato que lia alemão perfeitamente bem) mas não foi o engenheiro escolhido pois não falava inglës. Até hoje lembro-me deste fato, pois me pareceu que ocorreu uma escolha do perfil do candidato de forma inadequada. Na minha opinião um recém formado que falasse alemão estaria muito mais
adequado a identidade natural da empresa. Até haviam reuniões em alemão. Esse meu colega no processo de seleção, até falou em alemão com o provável futuro gerente dele. Seria isso um processo de seleção inadequado ?

Situação 2

Quando estávamos todos migrando do lotus 123 (DOS) para o excel 3.0 (windows 3.1 for workgroups), há uns 17 anos atrás, um conhecido meu que era um bom usuário de Lotus 123, mas nunca tinha visto o windows / excel na frente, perdeu uma oportunidade em uma determinada empresa em que o processo de seleção exigia ambiente windows. Ok, entendo, sem problemas, o que ocorre é que a tal empresa ainda estava utilizando o lotus 123 em DOS, com monitor CGA fósforo verde e tudo, e não estava previsto nenhuma migração para o
ambiente windows. Seria isso um processo de seleção inadequado ?

Situação de hoje.

Faço um pergunta simples. Será que todas as empresas que solicitam um PMP no seu quadro de funcionários utiliza realmente o PMBOK como uma referëncia e ela, a empresa, o utiliza como instrumento que gera uma identidade a ela ? Será que algumas das empresas que estão contratando um PMP, estão muito mais atendendo a uma solicitação do cliente, do que realmente interessadas a implantar essa filosofia de gerenciamento de projetos e mudar sua identidade operacional ? Será que todo mundo que está contratando um PMP, realmente
necessita um PMP ? Será que existem agora, nesse momento, alguns PMP´s que foram contratados por serem PMP´s e estáo utilizando muito pouco do conhecimento que possuem no seu trabalho e estão tremendamente frustrados ? Seria isso um processo de seleção inadequado?

Ok, fiz o curso da Dinsmore em 2004, dei meu pitaco mandando um e-mail para os EUA para que eles corrigissem um erro bobo no PMBOK 2000, quando ele publicassem o 2004 (sim eles corrigiram), acho como já disse em e-mails passados, a filosofia do PMI excelente, mas continuo achando que ela serve de parametrização para gerar uma identidade operacional. Ainda não fiz a
prova, e nem vou fazer tão cedo, uma vez que por aqui no oriente médio, não existe esse nível de importäncia de um profissional ser ou não um PMP. Isso significa que só irei fazer a prova se o mercado daqui começar a exigir como está exigindo aí no Brasil.

Resumidamente, ser PMP é um enorme diferencial no mercado Brasileiro e em muitos outros países, e eu recomendo sem restrições que todos pelo menos conheçam a filosofia de trabalho do PMI, que é excelente, entretanto ao mesmo tempo, me parece que o que mais importa é a definição adequada do perfil do candidato no processo de seleção. Entender se será realmente
necessário contratar um PMP ou não, e de forma madura definir esse perfil. A empresa deverá evitar o risco da frustração do profissional, pois isso poderá gerar uma péssima performance do mesmo, que no fundo é o que nenhum empresário deseja.

Tapar o sol com a peneira tem chance de ser o mesmo que contratar um PMP, sem que os sócios da empresa, diretores, etc, estejam querendo efetivamente mudar sua identidade operacional para o que preconiza o PMI. Seria ruim para a empresa e para o profissional. Infelizmente eu conheço dois casos que servem como exemplo negativo, e em um dos casos, o PMP pediu sua demissão após 6 meses de contratado. Ele mesmo me disse que seria tolice continuar em
uma empresa trabalhando de forma oposta ao que preconiza o PMI.

Colegas PMP´s conheçam bem a empresa que estão querendo contratar-lhes. Colegas empresários, pensem se necessitam realmente que o profissional a ser contratado seja um PMP.

Ricardo Delarue

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E você, leitor, o que acha disto?

Abraços!

Um comentário:

Gabi Luz disse...

Eu penso assim: independentemente do que a empresa em que estou trabalhando utiliza, estou sempre buscando me atualizar. Eu trabalho na área de tecnologia, e sempre acabo com a sensação de que nunca sou o bastante. Termino um curso e ja sei que outros profissionais ja estão terminando um mais avançado ainda.

Quanto a situação da empresa, concordo com o autor do texto, sempre é frustrante você ter um conhecimento "B" e a emrpesa que te contratou trabalhar com o "A" ainda. Mesmo conhecendo a "A", você se sente meio inutil, perdido, como se tivesse perdendo tempo. Piora quando o contratado não tem um conhecimento basico de como funciona a "A".

Pelo menos é assim que me sinto,como estagiaria já trabalhei em funções que não havia necessidade de um grande conhecimento, e sentia que estava perdendo tempo, pois não estava aprendendo nada.

Em resumo, nessas situações, perde não só o profissional, mas como a empresa também.