quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A hora certa

Caros,

este post surgiu enquanto eu pensava com meus botões no trabalho, hoje. Acredito que a grande maioria dos leitores irão se identificar com isso...

Como eu havia dito, minha equipe encontra-se num estado totalmente "'à vontade". Não tem controle de horário, acessam a internet o tempo que querem, comprometimento está afetado, o foco não é dos melhores... e o resultado, claro, é dos piores.

Pretendo mudar isso, é lógico. Minha idéia é sentar com eles, explicar as mudanças e avisar que a partir daquele dia irei esperar uma mudança de postura e atitude de todos nós (sim, eu inclusive). Então me deparo com a expressão que entitula este post: a hora certa.

Você já percebeu como que para tudo nós achamos que existe uma hora certa? A hora certa de mudar, a hora certa de conversar, a hora certa de fazer isso, a hora certa de fazer aquilo... mas afinal, por que fazemos isso?

A minha justificativa, para o meu caso, é até bem aceitável: na situação em que nos encontramos, com pouquíssimos resultados e um prazo nos pegando pelo pescoço, eu idealizei que aplicar uma mudança naquela hora não seria o ideal. Eu poderia acabar inserindo ruido demais na relação, na motivação, na comunicação... e consequentemente, o resultado seria visto no nosso objetivo final não atingido. Convenhamos, é uma justificativa plausível.

Mas e se essa "hora certa" começa a não ter hora pra acontecer? E se formos adiando ao máximo essa "hora certa"? E se chegarmos no final e percebermos que sim, sacudir o grupo naquele momento teria sido o ideal? Será que precisamos ser meticulosos ao ponto de achar que tudo tem uma "hora certa" para acontecer? Ou devemos ser mais instintivos e agir na primeira oportunidade?

A "hora certa" me parece um conceito bem comum e típico de quem tem um perfil de planejador, que gosta de ter uma previsibilidade, analisar riscos, avaliar possiveis resultados... mas notem que fazemos isso para situações físicas ou "metafísicas". Será que nós como "planejadores da hora certa" fazemos o certo ao levarmos esse conceito para o campo das relações humanas?

Existe "hora certa" para atingir um objetivo. Mas existe "hora certa" para exigir uma mudança de comportamento de uma equipe? Existe "hora certa" para mensurar resultados. Mas existe "hora certa" para dar um feedback a alguém?

Notem a diferença. Com pessoas, nós temos várias variáveis para considerar, se quisermos de fato. A outra pessoa aceitará bem a ação? Ela está num bom dia para receber esse feedback? Ela vai assimilar bem o que escutar? Se encontramos um "não" como resposta a uma dessas questões, começamos a achar que a "hora certa" pode esperar mais um pouco.

E assim, mesmo que na melhor das intenções, perdemos mais alguns dias vendo que nada mudou. Não seria melhor ser um pouco instintivo?

Este é um post "questionador" como você pode ver, caro leitor. É para refletirmos.... principalmente se você for como eu.

Um abração!

Um comentário:

Pingret disse...

Acredito que a hora certa está relacionada com o medo de mudar.
é sempre difícil saber a hora de mudar. Mudar a postura, mudar habitos, mudar a forma de dirigir sua equipe, mudar a forma.

Lembro sempre tb que uma mudança requer um preço. O que estamos avaliando então é o preço da mudança.

Focando no tema equipe, que é o ponto mais delicado de toda empresa, a mudança precisa ser bem aceita caso contrario o feitiço se vai se virar contra o feiticeiro.

Mas será que esse efeito não era o esperado ? Será que a equipe não precisa se adequar ao formato serio de trabalho ?
Na avaliação de estar perdendo .. vc pode estar lucrando.
pois irá renovar a ideologia. e se necessário.. a equipe.

Não tenhamos medo de mudar.
Toda mudança tem um preço

Nem tudo é o que parece.

Abraços