Vou aproveitar que o assunto anda um pouco curto (dia-a-dia sem muitas novidades) e vou fazer uma análise do meu maior erro e maior acerto em 2007.
O MAIOR ERRO: Motivar pelo $$$
Sem dúvida nenhuma, o maior erro que eu considero neste ano foi o de achar que a motivação se faz com um aumento de salário.
Lembro o dia em que demitimos um integrante da equipe, pois ele era daquelas pessoas que atrapalhava o projeto ao invés de ajudar. Com isso, a verba liberada para ele ficaria sobrando. Decidi então conversar com a equipe explicando que eles poderiam escolher: ou dividiam este valor entre eles, mensalmente, ou então contrataríamos uma nova pessoa. A opção da divisão acarretaria em mais responsabilidades, que eles, óbvio, prometeram assumir.
Então a curtíssimo prazo, vemos aquele aumento da motivação. Começam a trabalhar mais empolgados, com mais afinco, enfim. Lá por uma ou duas semanas, começamos a ver que tudo volta ao normal. E eu avisava que eles teriam mais responsabilidades... mas era uma cobrança fraca, por assim dizer.
Resultado: comprometemos uma verba com um aumento de salário e que não trouxe NENHUM benefício para o projeto. Ao contrário, evitou que pudessemos contratar outra pessoa. É aquela coisa: aumentar o salário motiva a curtíssimo prazo. Reduzir o salário desmotiva a longo prazo.
Portanto, a lição que eu aprendi, na marra, é que NUNCA UTILIZE $$$ PARA MOTIVAR SEUS FUNCIONÁRIOS. Isso não adianta... não se torna algo tangível para eles, no dia-a-dia. Tenha a certeza que esta é a pior forma de motivação.
O MAIOR ACERTO: Foco na agilidade
Quando li pela primeira vez sobre o SCRUM, na revista MundoPM, fiquei impressionado com a simplicidade das práticas e com o resultado que era "promovido" pelo artigo. Com base naquele artigo, implantei um processo (que depois descobri que era apenas similar ao SCRUM) de agilidade na empresa. Isso está descrito em alguns posts lá de agosto, setembro.
A simples publicação das atividades em um painel e as reuniões diárias, já foram excelentes para motivar o grupo. Além disso, a possibilidade de eles falarem o que estava bom e ruim na empresa, foi um fato que os deixou bem à vontade. Aquela mudança mexeu com todos nós.
Eu me senti mais motivado, na esperança de que o projeto finalmente sairia do atoleiro. E a equipe se sentiu com mais "empowerment", com capacidade de também decidir "oficialmente" nos processos e resultados.
O grande problema, é claro, é vender essa idéia para a diretoria. Foi um caminho duro, árduo, até porque eles não conviviam conosco no dia-a-dia para sentirem a mudança. Foi apenas com a nossa mudança física da empresa para o laboratório (o que causou um impacto muito negativo na produtividade) que eles puderam acompanhar o dia-a-dia do pessoal. Infelizmente, como eu disse, o impacto negativo de voltar ao clima "estudantil" de um laboratório de pesquisa acabou por exterminar com nossa mudança.
Até que eu acabei fazendo o curso de SCRUM, de fato. Então pude novamente injetar uma mudança de paradigma neles, agora da maneira correta. E o resultado foi bem animador, mas infelizmente veio tarde... teríamos apenas dois ou três sprints até o fim do projeto, então resolvi fazer apenas um para ver no que daria.
Sem dúvida nenhuma, a possibilidade de eles acompanharem da forma correta as atividades pendentes, o progresso da equipe (no sprint burndown) e a diretoria podendo ver o número de requisitos que eles queriam no sistema, contribuiram para que o projeto entrasse aos poucos nos trilhos.
Hoje, posso dizer que o próximo projeto o SCRUM estará presente. O conceito de agilidade é excelente, mas é preciso adequá-lo ao clima do laboratório e da empresa (ambas mais conservadoras). Esse será um belo desafio para mim, neste ano de 2008.
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Concluindo: note como ambas as formas mexeram com a motivação da equipe. Vendo assim, vocês realmente acham que precisamos aumentar a folha de pagamento para obter comprometimento e motivação do pessoal?
Um grande abraço!
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