Este blog não é mais atualizado. Veja o novo blog em: www.agileway.com.br
Em uma das listas que eu assino, discuti com um membro a respeito de um termo que utilizei quando falava da necessidade das empresas reterem conhecimento, e como elas se tornam "REFÉNS" dos seus funcionários. Este termo "refém" foi o motivo de um debate bem interessante.
É claro que eu não acho que realmente as pequenas empresas sejam, de fato, reféns de seus funcionários. O termo é mais figurativo do que realmente literal, neste caso. O que eu falo com propriedade de quem já viveu em duas pequenas empresas (diria até microempresas) e uma média empresa, é que é preciso de qualquer forma a empresa se tornar independente se seus funcionários.
Vou dar dois casos, um de cada empresa que trabalhei:
Na empresa do meu irmão, uma legítima microempresa, o trabalho consiste em projetos arquitetônicos pelo computador (3D e 2D). Éramos eu, meu irmão, minha cunhada e o funcionário. O funcionário era a pessoa que manjava de TUDO. Ou seja, nós três chegávamos até um certo nível (digamos, modelagem 3D) e o funcionário era o resposnável por transformar aqueles objetos brancos e 3D numa fotomontagem realística. Esse processo continua sendo uma caixa preta, até hoje... ou seja, se o funcionário sair da empresa, a empresa vai pro buraco.
Nos projetos da empresa onde estou, a situação é bem parecida. Os desenvolvedores possuem todo o conhecimento dos projetos. Se perdermos os membros do grupo, perdemos todo o conhecimento adquirido.
Vejam, falamos de situação em que micro-pequenas empresas precisam sobreviver dia-a-dia ao mercado burocrático e sufocante que o governo provê... são raríssimas as empresas que conseguem parar, respirar, organizar e seguir adiante. É tudo feito sob-demanda.
Então, a solução, é claro, é fazer as "vontades" dos funcionários. Tornar a empresa atrativa para que estes se sintam satisfeitos e reconhecidos, e assim, permaneçam na empresa.
Mas isso pode ser temporário. Pode surgir uma Dell ou uma HP ou outra empresa de porte semelhante, e pagar um salário 2 ou 3 vezes maior do que o que ele recebe. As chances de perder o funcionário são enormes. Ou ninguém aqui ficaria tentado?
Enfim... eu tentei mostrar como, de forma figurativa, as pequenas empresas são sim reféns de seus funcionários. Isso é bom para as pessoas, sem dúvida. Mas para os gestores, pode vir a se tornar uma constante dor de cabeça... e se os funcionários resolvem usar e abusar disso?
Por essas e outras que eu reafirmo que o capital maior que uma micro-pequena empresa precisa atingir é o CONHECIMENTO. Tendo isso amadurecido, ela pode se dar ao luxo de valorizar as pessoas, que são, obviamente, os motores dessa complexa engrenagem.
E você? O que acha dessa relação micro-pequena empresa x pessoas? Concorda com o meu artigo? Escreva aí! :)
Abraços
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Flávio,
Muito legal seu post.
Também estou acompanhando essa discussão, e acabei criando um post sobre isso.
Se quiser dar uma olhada:
http://franktrindade.wordpress.com/2008/01/29/empresas-x-funcionarios-round-3/
Um abraco,
Francisco
http://franktrindade.wordpress.com/
Flavio,
Lendo o seu post a impressão que tenho é que você tem uma visão distorcida do ponto de vista empresarial.
Se lermos as teorias e práticas mais atuais da Administração vamos ver que "Atualmente o principal ativo das empresas são os recursos humanos".
Nessa linha de pensamento eu trocaria a sua citação "é preciso de qualquer forma a empresa se tornar independente se seus funcionários" por "é preciso que a empresa seja bem administrada".
Quando me refiro a "bem administrada", não falo apenas da contabilidade, receitas X despesas e etc, mas de todo um contexto empresarial: recursos humanos, marketing, departamento comercial, TI e etc.
Nesse sentido vou te fazer um questionamento: "Você acredita que em uma pequena empresa de uns 100 funcionários o próprio dono é quem detém todos esse conhecimentos?"
Não. No contexto empresarial os recursos humanos são fator determinante, responsáveis pelo bom atendimento, por executar (e gerenciar) um processo de controle de qualidade, pelo desenvolvimento (ou pesquisa, ou sugestão) de novos produtos, novas idéias, novos diferenciais e etc. Isso se faz com bons profissionais.
O bom administrador reconhece o valor de um bom profissional.
Certa vez li uma frase que achei bem interessante. Dizia algo do tipo "Se você treina sua equipe para ser substituível, você terá apenas profissionais substituíveis".
Moral da história, se você deseja criar diferenciais, precisará de profissionais diferenciados.
Voltando a boa administração, eu também trocaria a sua citação 'a solução, é claro, é fazer as "vontades" dos funcionários' por "a solução é tornar a empresa mais humana".
Aproveitando o seu exemplo de Dell e HP, sabemos que essas empresa oferecem n benefícios aos funcionários (plano de saúde, alimentação, auxilio isso, auxilio aquilo), você acredita que elas estariam apenas "fazendo as vontades dos funcionários" ou acredita que isso "faz parte de uma política de valorização e retenção de recursos humanos"?
Você acredita que essa "política de valorização e retenção de recursos humanos" se dá simplesmente para que o cara que detém todo conhecimento não vá embora ou acredita a intenção real é criar um ambiente de trabalho mais favorável ao negócio, retendo os bons profissionais, aqueles que realmente fazem a diferença e trabalham de acordo com a filosofia (missão) da empresa?
Quando falamos em "humanizar a empresa" é claro que falamos também em salários e isso nos leva a pagar algo justo dentro da realidade do mercado de trabalho.
Me chama a atenção o seu comentário dizendo "Pode surgir uma Dell ou uma HP ou outra empresa de porte semelhante, e pagar um salário 2 ou 3 vezes maior do que o que ele recebe".
Sempre que vejo anuncios de empregos de grandes empresas eu nunca achei o salário inicial algo muito atrativo ou pelo menos nunca vi elas oferecerem o dobro do que o mercado paga.
Normalmente quem vai pra uma empresa grande ou vai pensando num plano de cargos e salários ou está desmotivado na empresa em que trabalha, mas não necessariamente motivado pelo no salário inicial.
Uma outra coisa que eu gostaria de comentar é quanto a afirmação "ou seja, se o funcionário sair da empresa, a empresa vai pro buraco".
Veja, para os clientes quem existe de fato é a empresa, ou seja, eles confiam na qualidade do produto/serviço da empresa, e não especificamente do funcionário.
Nenhum profissional é insubstituível, portanto, se o seu irmão perder o profissional, com certeza terá outro substituto.
Possivelmente ele terá que pagar um salário mais atrativo, dar um tempo para que o profissional se ambiente à nova empresa e conheça as características do negócio, dos clientes e etc, mas acredito que a última coisa que aconteceria seria o seu irmão fechar a empresa, a não ser que ela esteja muito mal administrada.
Pra finalizar eu gostaria de dizer que, se a sua preocupação for reter o conhecimento, existem várias técnicas para isso: XP, Sistema de Gestão de Conhecimentos e etc.
Muitas vezes para se organizar a empresa é preciso melhorar a sistemática de trabalho, investir em novas contratações, equipamentos, ferramentas e etc, mas normalmente existem riscos e soluções pra quase tudo.
Aí cabe ao administrador decidir se ele fica com o risco ou com a solução.
No final das contas isso acaba sendo uma questão administrativa ou gerencial.
Bem, queria também dizer que isso é apenas a minha opinião pessoal em relação a esse post. De nenhuma forma tenho intenção de criticar a sua pessoa ou o seu blog.
Postar um comentário