quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Da série: controlar x monitorar x cortar x liberar

Este blog não é mais atualizado. Veja o novo blog em: www.agileway.com.br

Não adianta... este é um dos assuntos mais controversos!

Tomei a liberdade de jogar este assunto nas listas que participo "CMM-Brasil", "E-Plan" e "Scrum-Brasil". Abaixo, as considerações dos colegas :)

Uma verdadeira aula de lições aprendidas e sugestões !

(ATUALIZADO EM 3/1/08)

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Cleber Luciano (e-plan)

Entendo bem essa situação. Na empresa onde trabalho tenho acesso em um horário especifico e sofremos as vezes por não ter acesso a certas informações.

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Valmir Duarte Costa (e-plan)

Sem dúvida alguma a monitoração é a melhor alternativa !

Mas até os responsáveis pela leitura dos relatórios tomarem alguma providência muito “ segredo comercial “ poderá estar na mãos dos concorrentes .

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Rafael Fuchs (e-plan)

Aqui na minha empresa não temos muitos funcionários, cerca de 20 distribuídos entre duas sedes. Numa sede fica o pessoal de desenvolvimento de software e na outra um pessoal que trabalha mais com projeto e montagem de equipamentos eletronicos.

Em ambas as sedes, inicialmente era tudo liberado. Quando começamos a monitorar através de ferramentas e também visualmente, verificamos alguns serviços que atrapalhavam o bom andamento do negócio e cortamos estes itens. Eram rádios online, emule e coisas do tipo, msn, orkut, entre outros sites.

Acabou que temos alguns bloqueios numa sede e outros na outra, conforme o que foi identificado no monitoramento de cada uma delas. Não temos nem políticas nem o que será feito quando alguém for visto em sites que não deveriam, mas o pessoal usa o bom senso tanto para não visitar alguns sites que não são bloqueados e também para chamar atenção caso
necessário.

Claro que controlar 20 pessoas em duas sedes é um tanto tranquilo; quando falamos de mais gente o ideal é implantar políticas mais fortes de bloqueios. Não acredito que corte a internet ajude, muito pelo contrário, acredito que acabe gerando um certo desconforto do pessoal.

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Valteir Lacerda (e-plan)

Particularmente sou a favor da liberação total de acesso à internet. Já trabalhei em empresas com acesso um pouco restrito, com acesso muito restrito e com acesso totalmente liberado.

Como política de RH vale muito o acesso liberado, pois dá a indicação ao funcionário que a empresa confia nele, pois acredita que não irá abusar.

O acesso liberado também serve para aumentar a produtividade e reduzir custos, principalmente para caso de empresas que têm funcionários em diversas localidades, já que o MSN vale para comunicações pessoais e também profissionais. Na última empresa que trabalhei, com acesso totalmente liberado, trocávamos arquivos pelo Skype (sem limite de tamanho e com velocidade impressionante) e também conversávamos com pessoas em outras cidades, o que gerava uma economia enorme. Além disso sabíamos se a pessoa estava disponível antes de ligar.

Agora a questão polêmica: se o pessoal está "perdendo" tempo na internet será que não é por falta de trabalho mesmo? Será que a empresa está bem administrada, com metas claras e informadas a todos?

Outra questão polêmica: sou a favor do bloqueio de pornografia, correntes, piadas, envio de vídeos e fotos pornográficas por e-mail, pois o nome da empresa estará envolvido, com risco de exposição e danos na imagem, sem contar o risco de processos.

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Cláudio Quadrat (e-plan)

A prática mais comum é as empresas possuírem um código de conduta de seus funcionários no qual um dos seus itens é a utilização responsável dos meios computacionais e da internet no ambiente de trabalho. Nele está descrito que a utilização é monitorada e que o uso particular é tolerado desde que não prejudique o bom andamento das atividades do funcionário e que também não concorra com a atividade fim da empresa.

Uma vez descrito o que é permitido, também descreve as punições em caso de transgressão (advertência, suspensão...). Assim você também se protege de possíveis problemas trabalhistas.

Este código deve ser assinado anualmente por todos os funcionários da empresa.

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Marcos Rezende (scrum-brasil)

Aqui na empresa fechamos a maioria dos sites durante o expediente somente deixando-os disponível na hora do almoço entre 12:00 e 13:30. MSN é proibido e em troca utilizamos o Pandion ( www.pantion.be) que é um MSN somente para a rede interna.

Todo mundo chega às 08:30, trabalha, vai almoçar ao meio-dia, daí usa a internet como quiser até 13:30, depois volta ao trabalho até às 18:00.
Aqui, todos ficam bem contentes e não há o que discutir.

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Emmanual G. Brandão (scrum-brasil)

A minha opinião é que a internet deve ser completamente liberada... tudo! Daí se for contatado uma queda na produtividade de um indivíduo deve-se levantar as horas gastas em internet, msn e etc. e conversar com o cara! Uma reincidência levaria uma carcada, e se não desse jeito... bom, daí o negócio é cortar o cara. Não podemos penalizar os outros pelo mau uso de alguns. Seria a mesma coisa que cortar o banheiro da empresa pois alguns funcionário ficam dormindo lá!
Se o cara que tem consciência e é produtivo um dia não esta com vontade de trabalhar e fica o dia todo navegando, mas entrega um bom trabalho, ele vai ficar sem trabalhar um dia com ou sem internet! Não adianta... Acho que o problema é educacional, conversar e medir desempenho. Lógicamente que o cara que usar 90% do tempo para internet mas entrega um bom trabalho e no praza vai ser exigido a dar mais algum dia, mas acho que nesse caso o cara iria corresponder.

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Luiz Faias Jr. (scrum-brasil)

Aqui utilizamos o Squid no servidor para bloquear o MSN, orkut, etc.. E o SARG para monitorar os sites visitados. Inclusive conseguimos ver quais máquinas possuem algum spyware que ficam redirecionando para sites pornográficos.

Pensamos que essa fosse a solução dos problemas, mas como o Brandão disse o problema era um único cara.

Chamei a atenção dele em relação ao MSN e bloqueamos... depois ficava navegando o dia todo em sites de esportes (que bloqueamos também). No fim ele começou a usar o gmail para falar com a namorada e amigos. A solução foi mandar o cara embora.

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Alba Couto Falcão Scheible (cmm-brasil)

Aqui o MSN, Orkut são bloqueados... Mas, o GAIN corporativo funciona... Quanto ao acesso à Internet, não dá para bloquear, pois é preciso para o trabalho. O que funciona é cobrança de desempenho e avaliação negativa para quem é pego abusando... Isso se reflete no salário do pessoal... então, salvo exceções que são tratadas as pessoas são conscientes...

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Flávia Cristina Bernardini (cmm-brasil)

onde trabalho, MSN, orkut e sites de conteúdo indesejado são bloqueados no servidor que controla o acesso dos funcionários. Acho que acessar e-mail da empresa e sites da internet não fazem mal, mesmo pq como trabalho com P&D, muitas das minhas dúvidas de dia-a-dia são sanadas na web, bem como a própria parte de pesquisa - e os estagiários acessam muitos sites com boas dicas de programação. Acho que bloqueio a bate-papos etc e um trabalho de
conscientização e gratificação como o colega mencionou no outro e-mail é uma prática comum atualmente nas empresas - e funciona bem...


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Christiano Milfont (cmm-brasil)

programação em par evita a dispersão! (me refiro aqui a levar o conceito a outros nichos como revisão em par, analise em par, etc...) não havendo programação em par, então deve haver um trabalho de conscientização. Se bloquear a internet vão fazer outras coisas, como demorar 45 minutos tomando um café. O problema não está na rede e sim nas pessoas. Não basta nada cortar a internet, cortando ainda vai prejudicar aquele que a usa de maneira "adequada".

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Wanderlei Cristiano de Almeida e Souza (scrum-brasil)

Também sou da opnião que tudo deve ser liberado. O que "perde" em produtividade de um lado, ganha do outro (incentivo, pesquisa, ambiente de trabalho).

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Flávio Evangelista (cmm-brasil)

Atualmente a internet, sendo usada da forma correta, aumenta a produtividade dos funcionários. Na empresa em que trabalho, os sites que não geram valor para o negócio (youtube, orkut, pornográficos e etc) são bloqueados, os demais são monitorados e os exageros são tratados pela gerência/diretoria.

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Aderson Bastos (cmm-brasil)

A internet é uma ferramenta de trabalho para a maioria das pessoas e, para estas, não deve ser cortada. O que pode ser feito é um mapeamento para quem, de fato, a internet é uma ferramenta e impedir o acesso para os demais (mas isso requer administração e pode ser um obstáculo), mas de forma geral, há conteúdos que devem ser bloqueados, independente do perfil, como jogos e conteúdo pornográfico, por exemplo.

O uso de uma ferramenta como o MSN é de bastante utilidade para o ambiente corporativo, mas não precisa ser o MSN (vide o post da Alba). Onde trabalho atualmente, utilizamos o Sametime (IBM Lotus), o MSN (e afins) e o Orkut (e afins) são bloqueados, assim como o acesso a determinados sites com conteúdoque "ferem" as regras e políticas definidas para toda a empresa.

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Fabio Fernandes (cmm-brasil)

A empresa que trabalho, aqui no Brasil, não tem nenhuma restrição a internet, porém existe um trabalho de concientização com relação a responsbilidade com a produtividade e o ambiente de trabalho.

Existe um consenso do uso da ferramenta, e muita maturidade das pessoas mais velhas de empresa, aonde os novos funcionarios ao fazerem uso incorreto da mesma, são orientados pelos seus mentores e pessoal senior da empresa, de maneira construtiva.

Além disto as pessoas são muito cobradas pelos seus resultados, e existe processo de analise de desempenho anual, aonde a pessoa recebe feedback 360 graus, tudo isto nos leva a expor um comprometimento pessoal de com o objetivo corporativo, o que nos permite a abertura da internet sem maiores problemas.

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Sérgio Cavalcante (cmm-brasil)

Já queria postar algo muitas vezes, mas dessa vez você tocou em um ponto que vivo diariamente. O meu sócio querendo matar a internet, e eu tentando chegar a um consenso...Como ex-funcionário, eu detesto esse jogo de gato e rato que é o "corte" da internet por parte dos adm de rede e as tentativas de burlar esse "corte" por parte dos funcionários, quase sempre bem sucedidas.

Então resolvi deixar isso de lado e focar na produção. ICQ, MSN, Gmail, Orkut. Deixo isso em cargo da consciência de cada um. Inclusive incentivo um jogo multi-player na empresa, no horário de almoço e depois do expediente. Eu mesmo participo.

Mas antes do final do expediente tem o Dayly Scrum. Então o funcionário sabe que tem que ter feito algo. Ou até no fim do Sprint.Com esse acompanhamento, eu posso verificar a produtividade de cada um. E se a produtividade cair, tenho que intervir. Se não, simplesmente fica como está.

Com isso a idéia é focar na produtividade e o próprio funcionário gerenciar seu tempo, e à vontade, sem ver a empresa como vilã, sentindo-se vigiado e restrito, e ainda tendo um momento de lazer completamente suportado por nós. Numa empresa que te dá condições como essa, um funcionário pensa duas vezes antes de sair. ou de ser mandado embora, como resultado produzindo pra não aconteça. Falo isso pq passei por isso também.

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Charles Abreu (cmm-brasil)

Além da programação em par, a prática de ciclos curtíssimos de feedback públicos na equipe evita as dispersões e cria senso de responsabilidade. Equipes que usam Scrum ou XP percebem isso claramente com as reuniões diárias da equipe. É simplesmente embaraçoso chegar por 2 dias seguidos nafrente dos colegas e *reportar em voz alta *que não houve progresso em uma
tarefa que está sob sua responsabilidade. Eu mesmo passei por isso e sei como é constrangedor. Dá vontade de fazer algo útil ou *pedir para sair* ;-)

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Ivo Michalick (cmm-brasil)

Ah, e sobre o assunto da thread: em todo lugar que trabalhei até hoje e desde o advento da Internet (sou meio "antigo"), nunca vi (e sempre fui contrário) a restrição de acesso a Internet e ferramentas associadas. Sempre fui contra por achar que atrapalha e que cada um sabe o que precisa produzir ao final do dia. Se não sabe e não precisa responder por isto, o problema vai muito além de mau uso da Internet!

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Juan Bernabo (scrum-brasil)

Eu acho que é uma questão delicada, eu prefiro soluções "morais" do que "tecnicas", se a pessoa navega o dia inteiro isso não é um problema, é um sintoma de outro problema, esse outro problema é que deve ser tratado. Probavelmente a pessoa não esteja envolvida com o trabalho e não sinta interesse em colaborar no trabalho, ou insatisfação com alguma coisa dentro da empresa não manifestada e não tratada.
Eu normalmente falo o que eles acham que seria a situação se a sua "secretaria domestica" que as vezes é a unica experiencia direta que eles tem tido de ter contratado pessoas para realizar algum trabalho pago, passase o tempo que eles passam focados em tarefas não relacionadas ao trabalho, será que eles achariam do comportamento de essa pessoa, ela estaria sendo justa, as empresas pagam pelo talento, foco e resultados mais tambem pelo tempo.
Com essa ajuste "moral" normalmente uma equipe que é avaliada como um todo tende a gostar de "justiça" já que o pesso que um não carrega e carregado pelos outros e normalmente as pessoas não gostam de levar alguem nas costas "free loaders", assim a equipe decide se quer tolerar ou não este tipo de comportamento, assim se cria uma norma tacita entre as pessoas que é muito mais poderosa que qualquer regra organizacional e talvez eles mesmos decidam alguma regra por exemplo de bloquear, em determinados horarios, etc. Acho que quando as pessoas são tratadas com respeito e como adultos e se da espaço para eles definir regras de comportamento é mais eficaz a auto-regulação, inclusive precisando tomar a decisão de corte de uma pessoa que não quer colaborar ou se adequar as normas criadas.
Já li de varias fontes que as equipes esperam que os gestores ou lideres se manifestem sobre comportamentos abusivos, e que normalmente como é um tema quente o pessoal acaba fechando os olhos, criando na equipe uma insatisfação, uma sensasão de injustiça e levando o desempenho da equipe inteira para abaixo.
Creio que estes momentos bem tratados são oportunidades para moldar a cultura da equipe.

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Adail Retamal (scrum-brasil)

Do ponto de vista de um consultor, que está sujeito às restrições de acesso na maioria dos clientes onde atuo, digo que a censura é, no mínimo, anti-produtiva, sem falar de ser bastante frustrante... :(
Se lembrarmos que países como China e Irã censuram ao máximo seu tráfego de Internet, podemos ter uma noção do estrago que isso pode causar na mentalidade e motivação das pessoas...
Claro, não sou ingênuo a ponto de pensar que todos utilizam seu acesso com responsabilidade. Mas como já comentaram por aqui, que se tratem as exceções...
Do ponto de vista da empresa, além de ser um recur$o compartilhado limitado, também pode servir como porta de entrada para muitos problemas, como vírus, vermes e toda a lista proposta pelos Titãs ("Bichos, saiam dos lixos..." :). Dependendo do número de usuários e do nível de experiência com a Internet (que é, na média, baixíssimo), certamente há razão para "fechar as comportas"...
Cada comunidade deve definir seu código de conduta e as punições, e fazer isso valer.

2 comentários:

Edson Melo disse...

Sou totalmente a favor do bloqueio, apesar de algumas opiniões acima seerem bastante relevantes.
Acredito que uma empresa se equipa para seu crescimento e operação e não para a o gosto do funcionário. É claro que ferramentas essenciais não devem ser podadas, dai já se configura estupidez, mas convenhamos, se um funcionário reclama que removeram o seu MSN e o mesmo não é uma política de comunicação na empresa, existe direito de reclamação? Não está se desenhando um cenário sindicalista?

clique documental disse...

Bom, proibir ou não vai depender do caso de cada organização. Acredito, no entanto, que a empresa deve ter uma política de Segurança da informação que evidencie que o funcionário é responsável pelo acesso á internet e demais sistemas dentro da empresa. Mas, a empresa é a responsável legal por sua imagem perante cliente/fornecedor. Então... se um funcionário, como intenção ou não, infringir a política de segurança da empresa, quem paga? - A empresa. E o prejuízo, como mensurar? Seria então interessante que a empresa se não proibisse, pelo menos deixe claro quais são as "punições” para quem exceder as normas empregadas pela organização.

Um abraço.

Lucineia Silva